Faixa-marrom foi campeão mundial no peso médio
Morador da cidade de Irvine, na Califórnia, Kayron Gracie ainda comemora os recém completados 20 anos e a primeira conquista de um Mundial em sua carreira de lutador. Carregando nas costas o pesado sobrenome e o fato de ser filho do líder da Gracie Barra e presidente da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ), Carlos Gracie Jr., o faixa-marrom mostrou-se à vontade e finalizou todos os seus oponentes até fechar o peso médio com outro companheiro de equipe.
Kayron somou essa conquista a sua coleção pessoal que inclui cinco medalhas em Brasileiros e quatro em Pan-Americanos (uma dessas na categoria sem kimono), sendo todas de ouro. O GRACIEMAG.com bateu um papo com mais um jovem que tem tudo para escrever seu nome na história do Jiu-Jitsu mundial.
GRACIEMAG.com: Conte um pouco como foi a sua caminhada até chegar na medalha de ouro no peso médio.
Kayron: Nesse Mundial eu vim focado, pois tinha treinado bastante. Venci todas as minhas lutas por finalização. A luta que me deu mais problemas foi a semifinal, em que o meu adversário era bem resistente e se movimentava bastante. Na final eu fechei com outro atleta da Gracie Barra, o Bruno Alves.
GRACIEMAG.com: Como foi a decisão de você levar o título?
Kayron: Ele é aluno do professor Zé Radiola e sempre antes dos campeonatos ele vai lá na academia treinar. Sou muito amigo do professor dele, o Zé Radiola e ele me deu a medalha por amizade.
GRACIEMAG.com: E o absoluto? Como foi essa aventura?
Kayron: Eu perdi na quarta luta. Tomei um mata-leão no pé e não quis resistir muito porque ainda tinha que lutar o peso no dia seguinte. Quem me venceu foi o João Assis, da Brasa. Lá na academia tem bastante gente pesada, então estou acostumado a treinar com pessoas mais pesadas.
GRACIEMAG.com: Já está pensando em lutar na faixa-preta ano que vem?
Kayron: Eu peguei a marrom no começo do ano. Acho que ainda tenho que amadurecer o meu Jiu-Jitsu um pouco antes de ir para as cabeças. Acho que no Mundial do ano que vem ainda estarei de marrom, mas vamos ver.
GRACIEMAG.com: Você acha que seu sobrenome e o fato de ser filho do Carlos Gracie Jr. representam algum tipo de pressão que pode lhe atrapalhar ou são um incentivo para estar sempre vencendo?
Kayron: Eu levo mais para o lado do incentivo. Ser Gracie e filho do Carlos Gracie Jr. me faz querer treinar o dobro para chegar na hora do vamos ver e fazer bonito. Sempre tem uma cobrança boa, mas é algo que te motiva mais a treinar, então o lado ruim que é a pressão, na verdade é uma coisa boa.
GRACIEMAG.com: Sobre a final do absoluto, você considera o Xande o melhor do mundo, ou ele apenas fez o jogo certo para vencer o Roger?
Kayron: Para mim o melhor do mundo é o Roger, mas nos 10 minutos o Xande fez uma estratégia boa e conseguiu ganhar. Por cima ninguém segura o Roger. Por baixo ele tem uma guarda boa e uma fechada excelente, tem uma defesa que eu acho que ele não bate em campeonato desde a faixa-azul, ou nunca bateu, não sei direito. Em pé ele tem um judô bom. Para mim ele é o lutador mais completo.