Griffin já se vê disputando o título dos leves, por Dave Sholler (http://www.ufc.com)

Tyson Griffin não tem do que se queixar nos últimos tempos. Com apenas 24 anos, o lutador de Sacramento (Califórnia) tem contrato com a mais importante organização de MMA no mundo e está caminhando rapidamente para uma disputa de título. Desde a estréia no UFC, com vitória por finalização sobre David Lee em 2006, Griffin construiu sua reputação com desempenhos empolgantes e aclamados pelo público. Prêmios de “Melhor Luta da Noite”? Ele venceu alguns. Vitórias contra adversários excepcionais como Thiago Tavares e Clay Guida? Tem também.

Apesar do reconhecimento e aclamação, Griffin (11v-1d, 4v-1d no UFC) está encarando sua próxima luta contra Marcus Aurélio (16v-5d, 2v-1d no UFC), em 5 de julho, como se fosse desconhecido. Ele entrará no Octógono motivado como um pintor diante de uma tela intocada [...]. Deseja que o resultado final seja seu retrato disputando o cinturão.

"Estou tentando subir a escada que leva à disputa do título” disse Griffin após uma sessão no Centro de Treinamento da Xtreme Couture, em Las Vegas. "Esta luta (com Aurélio) é muito importante para mim. Acredito que, com uma vitória sobre Marcus, colocarei meu nome um degrau acima de muitos dos principais lutadores da categoria. Isto me colocará na briga pelo título.”

Antes de assegurar a oportunidade de disputar o título, Griffin precisa enfrentar o perigoso Marcus Aurélio. Formado na American Top Team, Aurélio é perigoso no Jiu-Jitsu e tem respeitáveis habilidades para boxear. Depois de perder a estréia no UFC 74 para Clay Guida, em agosto de 2007, o morador de Coconut Creek (Florida) se reabilitou com duas vitórias convincentes. Em novembro passado, no UFC 78, venceu Luke Caudillo por nocaute técnico, no 1º Round. Cinco meses depois, o faixa preta (3º grau) finalizou Ryan Roberts no armlock, no UFC Fight Night realizado em Colorado.

[...] Aurélio também está ascendendo rapidamente na divisão dos leves. Por esse motivo, Griffin acredita que precisa derrotar o adversário de 34 anos, demonstrando visível superioridade.

"Considero que o cartel mostra o tipo de lutador que ele é", disse Griffin a respeito de Aurélio, veterano do Pride que possui vitórias sobre Takanori Gomi e Daisuke Nakamura. "Ele compete com os melhores lutadores do mundo em condições de vencer, como fez contra o Gomi. Uma vitória sobre Aurélio poderia melhorar minha posição."

A disputa contra Aurélio será a terceira de Griffin contra representante do Jiu-Jitsu. Setembro passado, no UFC 76, venceu Thiago Tavares em decisão apertada; e na luta mais recente que fez, no UFC 81, venceu Gleison Tibau, com sobras, por decisão.

[...] Apesar da desvantagem de altura, Griffin está confiante em anular os pontos fortes do adversário. O segredo será aplicar pressão constante e construir oportunidades de vencer a luta.

"Vou evitar que o combate vire luta de Jiu-Jitsu", disse Griffin, acrescentando que representantes do Jiu-Jitsu costumam atrair adversários para o jogo de chão. "A única coisa em que estou pensando é pressionar. Estou sempre avançando e pressionando meus adversários. Tento forçá-los a cometer erros. Ao colocar pressão sobre Aurélio, espero quebrar seu condicionamento físico ou obter outra vantagem".

Independente de como a luta se desenrolar, Griffin é direto sobre seu desejo de finalizar ou nocautear Aurélio. [...]. Depois de estrear no UFC, em setembro de 2006, com finalização sobre Lee, Tyson só venceu por decisão. E como valoriza a qualidade das vitórias que obtém, ele está frustrado por não estar conseguindo nocautear ou finalizar as lutas.

"Quero retomar o caminho das finalizações e nocautes", disse Griffin. "Minhas primeiras oito lutas não chegaram ao fim e eu gostaria de conseguir resultados como aqueles novamente. Essa é uma área em que quero melhorar. Eu estou esperando finalizar ou nocautear Marcus."

Além da vontade de que a luta não vá para decisão, Griffin compreende que uma vitória vai colocá-lo no mesmo patamar de BJ Penn, Sean Sherk, Kenny Florian e Roger Huerta. O pensamento de estar entre os melhores da categoria motiva Griffin e faz as horas na academia valerem a pena. [...] Griffin espera provar que está sempre melhorando e diversificando suas habilidades.

"Sou jovem, mas passei boa parte de minhas horas na academia e treinei muito duro", Griffin, que iniciou a carreira profissional em 2004, disse. "Nos primeiros anos, eu comi, dormi e limpei tatames na academia. É muito gratificante saber que estou subindo a escada agora. É a recompensa de todo o trabalho realizado.”

"Vejo-me entre os 5 ou 10 melhores da categoria. Significa muito ser considerado um dos melhores. Além de ser (a leve) uma categoria complicada, é também muito diversificada. Há tantos estilos diferentes de luta agarrada (grappling) e trocação (stand-up). Isso revela o alto nível da nossa categoria e faz com que seja bastante difícil se colocar entre os candidatos ao título.”

Com a luta contra Aurélio se aproximando, Griffin gasta os últimos dias da preparação com colegas leves, como Gray Maynard, tentando fazer os ajustes finais de seu plano de jogo. [...]. Ele quer ter certeza de que seu trabalho de quedas está forte; seu jogo de defesa de finalizações, infalível; e a técnica de trocação, impecável. Ainda assim, [...] Griffin não deixa de ficar empolgado com seu futuro, especialmente com a possibilidade de uma disputa de título.

"Isso é tudo para mim", disse Griffin da sua dedicação ao MMA. "Ao mesmo tempo, não quero por pressão demais sobre mim. Costuma-se dizer que você é tão bom quanto sua última luta. Então, espero nocautear Aurélio antes que vá para decisão dos juízes. E quero esquecer todo o resto."

Parada complicada para Marcus Aurélio.