Leozinho Vieira

Por Eduardo Ferreira

Um dos líderes da equipe Brasa, formada entre 2005 e 2006, Leozinho Vieira anunciou em primeira mão para TATAME a sua saída da equipe. O campeão mundial de Jiu-Jitsu e bicampeão do ADCC revelou que o fator determinante para a sua saída da equipe foi a divergência de idéias. Na entrevista a seguir, o faixa-preta conta todos os detalhes da sua saída da equipe e o que fará daqui para frente. Confira abaixo.

Como ocorreu a sua saída da equipe?

Os conflitos de idéias já aconteciam há algum tempo. A Brasa já surgiu de uma equipe conturbada, que era a Alliance, e com os campeonatos próximos ficou tudo mais complicado, pois o pessoal ainda era inexperiente. A equipe cresceu muito rápido, conquistamos diversos títulos em grandes campeonatos como Mundial e Pan-Americano, mas não tinha ninguém para administrar este crescimento. Eu tinha um cargo dentro da equipe que era para administrar junto com outras pessoas, mas estava difícil a comunicação com elas para aprovarmos novas regras. Então foi esse conflito de idéias que me fez sair da equipe. Quero montar a minha própria equipe e ter autonomia para gerir as minhas coisas e fazer as minhas regras, pois com outras pessoas envolvidas fica mais difícil juntar tudo e ter uma aprovação.

Você já pensou em algum nome para a sua nova equipe?

Ainda não pensei nisso. Como não foi nada premeditado, não estava nos meus planos esta saída, eu ainda não pensei em um nome para a equipe, mas quero montar um time onde eu possa cobrar deles, além de pressionar as federações de Jiu-Jitsu. Essa saída da equipe não é algo definitivo, pode ser que no futuro as coisas mudem, mas meu desejo maior agora é ter a minha equipe e colocar em prática as minhas idéias e conceitos.

Quem mais saiu com você?

Eu não estou chamando ninguém. É muito cedo para falar quem saiu e quem ficou, porque pode ter um cara na equipe que se sinta mais aluno de outro professor e não venha comigo, então só o tempo vai dizer quem sai e quem fica. Mas, obviamente, meu irmão Ricardinho Vieira e o Chico Mendes estão saindo da equipe também. Já conversei com todos os atletas da equipe e os deixei livres para fazer as suas próprias escolhas. Eles são faixas-pretas e podem fazer as suas escolhas. Não houve desentendimento entre nós, então fica mais fácil para resolver esse tipo de coisa. Minha maior dor de cabeça agora é montar a equipe e fazer as regras.

Mesmo com a sua saída, a equipe Brasa continua?

A equipe continua. O presidente da equipe é o Leonardo Castello Branco e os conselheiros eram eu, Ricardinho Vieira, Chico Mendes, Rodrigo Comprido e acho que o Demian Maia e o Felipe Costa também eram, mas não tenho certeza agora. A Brasa era como uma empresa, onde éramos cinco sócios e um saiu para montar o seu próprio negócio. Estou abrindo mão da minha parte para gerir o meu negócio, mas a Brasa continua. Quero autonomia para pautar as regras, com opiniões é claro, mas tudo pautado em pesquisas, para ter uma equipe organizada.

Você foi papai recentemente?

Meu filho nasceu no dia 5 de julho, por isso não fui ao Mundial de Jiu-Jitsu. O nome dele é Daniel e estou muito feliz com o nascimento dele. Filho de lutador de Jiu-Jitsu e ainda nasceu no dia do Mundial, tudo leva a crer que ele também será lutador (risos).

Quais são seus próximos compromissos?

Estou indo para o Japão dar alguns seminários e em seguida vou para a Coréia ministrar mais alguns seminários. Em seguida vou para Los Angeles ver as academias que estamos montando. São duas academias, onde uma está o meu irmão Leandrinho e a outra está o Lucas Leite. Já tem um pessoal treinando lá como os irmãos Rafael e Guilherme Mendes e o Ary Farias e eu vou ficar lá treinando com eles até o Mundial No Gi. Eu não vou lutar este Mundial, só devo lutar agora o ADCC ano que vem.