Lyoto Machida

Por Guilherme Cruz


A vitória sobre o ex-campeão Tito Ortiz era o que Lyoto Machida esperava para se credenciar a uma disputa de cinturão, mas o brasileiro terá que lutar ainda mais para ganhar esse direito. Com treze vitórias e nenhuma derrota na carreira, Lyoto encara o compatriota Thiago Silva, que mantém um cartel idêntico e a mesma vontade de chegar ao cinturão. Em entrevista exclusiva à TATAME, Lyoto analisou o combate contra o atleta da ATT, falou sobre enfrentar um compatriota e analisou a situação da categoria para a próxima disputa de cinturão. Confira abaixo a entrevista completa com o carateca.

O que você espera da luta contra o Thiago Silva no UFC?

Eu sei que essa luta será uma provação para ver quem vai perder. O evento vai bater em cima disso, são os dois invictos. Quero fazer uma boa luta, um bom espetáculo para mim, para o evento e para o público que vai assistir, isso é o mais importante.

Como é encarar um brasileiro no Ultimate?

Não gostaria de enfrentar um brasileiro, mas todos somos profissionais e é assim, tem duelo da mesma nacionalidade, é uma coisa inevitável... Só vai sair um campeão de todo esse grupo de brasileiros, e vai fazer parte do nosso dia-a-dia enfrentar um colega de trabalho. O mais importante é encarar isso como profissional. Entre os americanos já tem essa cultura, eles entendem isso, são amigos, mas na hora da luta... No próprio K-1 acontece muito isso, lutam entre eles, mas tem um relacionamento bom. É importante pra que todos possam vencer. Eu, lógico, não gostaria de enfrentar um brasileiro, estamos juntos defendendo o mesmo país, mas também cada um está defendendo a sua bandeira. Sei que ele é um cara que é invicto também, vem de grandes vitórias no evento, mas estou fazendo meu dever de casa pra poder ganhar a luta.

Já começou a estudar o jogo dele?

Eu já vi algumas lutas dele, mas ainda está um pouco cedo para treinar especificamente para ele. O que eu estou fazendo agora é o meu treinamento de base, a preparação física, tanto a parte em pé, que já está bem, e depois, em agosto, mais ou menos, vou fazer o treino para ele. Ele é duro, como todos os outros, precisa de uma estratégia montada, de um bom estudo em cima.

Você estava cotado para lutar pelo cinturão, mas a luta ainda não veio... Você espera, com uma vitória, finalmente ganhar essa chance?

Estou sempre esperando por isso, mas na verdade não tenho em mente muito isso. Vou executando tudo como parte da minha vida, não fico pensando toda hora nisso. É como andar, cada dia faço uma parte, vou treinando... Gosto do que faço e valorizo o meu trabalho. O cinturão é o meu objetivo maior, mas ele não é tudo, o dia-a-dia do treinamento é muito mais importante.

Você acha que o próximo a disputar o cinturão será o vencedor entre a sua luta com o Thiago, Chuck Liddell x Rashad Evans ou o Wanderlei pode aparecer nessa também?

Olha, eu acho que tudo pode acontecer, mas eu acho que o Liddell, como é ex-campeão, tem grandes chances de, se ganhar, ir lutar pelo cinturão. O Wanderlei, lógico, também, mas ele foi campeão do Pride, já é uma coisa mais distante. Eu acho que o Wanderlei tem cacife para lutar pelo cinturão com certeza, por tudo o que já fez e ainda faz, mas é uma questão do evento.

O UFC mencionou a disputa do cinturão em caso de vitória?

Não, não trataram nada disso. Por isso sempre procuro fazer o meu trabalho, mas é o que eu quero, meu foco é esse, mas sem esquecer o outro lado do dia-a-dia e o treino. O cinturão é conseqüência.

Você vai treinar com o Anderson para esta luta?

Vou... Em agosto devo ir treinar com o Anderson no Rio de Janeiro.

fonte: PVT